10 março, 2016

Guerra

Estamos vivendo uma guerra silenciosa, sem tanques, sem metralhadoras, sem gritos de atacar. Aliás, existem gritos, mas não são dos soldados. Continuamos repetindo os mesmo erros de há muito, aceitando informações superficiais e agindo exatamente como somos impelidos a agir. Os milênios se vão e ainda acreditamos numa luta utópica entre o bem e o mal, onde o herói, ser magnânimo e magnífico, nos livrará do domínio do vilão, aquele dotado de maldade no coração que luta para destruir tudo e tornar-se rei dos destroços.
A realidade deve ser mais complexa que um conto de ninar, é preciso pesquisar as informações recebidas, duvidar da obviedade dos fatos, criar o hábito de cruzar informações de diferentes fontes, afastar-se e tentar entender se existem objetivos ocultos sob aquilo que está estampado em letras garrafais. Quem escreveu, por que, sob qual ponto de vista.
Talvez a parte mais complicada seja tentar entender a si mesmo, os motivos pelos quais acredita no que acredita, entender sua história e origem para poder ignorá-la ao observar um fato com maior imparcialidade. Claro que nosso passado é o que nos forma, o que nos dá identidade, no entanto, ao olhar para uma situação que envolva outras pessoas não podemos achar que todos pensam, agem ou têm as mesmas convicções que nós.
Cautela é a palavra, sempre há espaço para dúvida ou para uma segunda opinião, caso contrário, nos tornamos selvagens e agiremos por puro instinto, assim como nossos ancestrais.
Talvez, daqui a alguns anos, quando nossos heróis e vilões de hoje não existirem mais, alguém venha explicar o que houve neste momento. Mas, provavelmente nós também não estaremos aqui e assim como hoje ouvimos sobre os conflitos de outrora, nossos filhos, netos ou bisnetos ouvirão, entenderão e não poderão fazer nada.
A história está sendo escrita e é preciso entendê-la, pois, querendo ou não, você faz parte dela.