09 setembro, 2011

Entorpecido

o que foi isso?
não entendi

na verdade já sabia
só não aceitei muito bem

o som me embriaga
a imagem me ofusca a visão
o cheiro me inebria
 
mas o instinto é raro
e a razão tem vez

aniquilo o animal
mas caio por terra também abatido

embriagado de dor
e inebriante febre
ofuscando o desejo
pra prevalecer
a serenidade

26 julho, 2011

Caminhando Só

hoje eu sai pra rua
eu conhecia o destino
mas ele não existia

hoje eu fui caminhar
mas não cheguei a lugar algum
nenhum ao menos que eu queria

hoje eu caminhei só
encontrei varias pessoas
mas continuei meu caminho

hoje eu quis companhia
e caminhei pra encontrar
mas só achei um copo de vinho

não sei o que se passa
o tempo eu sei, mas não entendo
os dias me são tão fúteis
mas eu não me rendo

as noites me atraem com sempre
mas só a mim
o sol me dita ordens
e hoje eu não estou afim

hoje eu sai com rumo certo
mas meus passos me levaram para trás
e só encontrei um passado deserto
e noites que não existem mais

.

12 julho, 2011

Balanço

a todos que estiveram em minha vida
a todos que ainda estão
a todos que passaram por ela
mas deixaram suas marcas
e aos que levaram lembranças

a todos a quem não escutei
a todos que ouviram meu silêncio
a todos aqueles que me causaram alegrias
a todos que por algum motivo fiz chorar

desculpe se não ouvi
eu mal ouço meus passos
desculpe se eu não sorri
nunca foi meu ponto forte

desculpe se eu desapareci
as vezes nem eu mesmo me encontro

04 julho, 2011

Não Sei


não sei se sou eu
ou o mundo não é
não quero ser
já passou, já era

passos sóbrios
mente entorpecida
olhos iluminados
estradas escurecidas

não sei se sou eu
ou se espero que não
não quero ir
um pouco mais então

às vezes desperto
às vezes quieto
às vezes lúcido
eternamente louco

20 junho, 2011

Ébrios


quanto mais tento acordar
mais adormeço
quanto mais tento ficar sobrio
mais me embriago com a sociedade

quando penso que estou lucido
minha mente entorpecida
me prega peças

a mídia nos ilude
a tecnologia nos distrai
o capitalismo nos confunde
e mantêm-nos inertes

às margens da vida
sonhando existir